AR PURO E RESPIRAÇÃO |
O organismo humano faz proveito do ar fresco, ou ar ambiente, para que possa realizar as trocas gasosas necessárias de modo que os tecidos do corpo possam respirar. Entende-se por troca gasosa a absorção do oxigênio (O2) pelos capilares sanguíneos pulmonares e a eliminação do dióxido de carbono (CO2), popularmente conhecido como gás carbônico, através dos alvéolos pulmonares.
Este processo de troca gasosa acontece durante a respiração, esta por sua vez consiste em duas fases: inspiração e expiração. Durante a inspiração os pulmões se enchem de ar fresco, este ar chega aos alvéolos pulmonares com uma pressão de O2 superior a pressão que este gás exerce dentro dos capilares sanguíneos pulmonares justapostos ao alvéolo, esta diferença de pressão faz com que o O2 passe para dentro do capilar sanguíneo e daí para o resto do organismo chegando a todas as células dos tecidos. Simultaneamente o CO2, produto do metabolismo celular, chega aos pulmões através dos capilares sanguíneos pulmonares numa pressão maior do que a exercida pelo mesmo gás dentro do alvéolo, então, por diferença de pressão (sempre do ambiente de maior pressão para o de menor pressão) o CO2 passa para os alvéolos e é eliminado durante a expiração. É desta forma simples que nosso organismo respira.
Durante o repouso, ou seja, trabalhando, comendo, assistindo TV, lendo, passeando, dormindo, dentre outras atividades sem alto nível de esforço físico, o músculo responsável pela respiração é o diafragma, este tem forma de cúpula e divide o tronco em tórax, acima do diafragma, e abdome, abaixo do diafragma. Ao contrair-se, o diafragma empurra as vísceras abdominais para baixo e conseqüentemente estas se projetam pra frente, uma vez que a parede abdominal anterior é constituída por músculos, o que a torna flexível, deste modo há mais espaço para os pulmões expandirem dentro do tórax, proporcionando uma maior quantidade de ar fresco para os alvéolos. É muito importante que este mecanismo seja respeitado, pois deste modo as bases pulmonares, locais cujos capilares são ricos em sangue e alvéolos são pobres em ar fresco, recebem maior quantidade de O2 e todo o sangue presente em seus capilares podem absorver este gás. O oposto acontece nos ápices pulmonares, locais mais altos dos pulmões, onde os alvéolos são ricos em ar fresco e os capilares sanguíneos pobres em sangue, no entanto, quando não permitimos, consciente ou inconscientemente, que o diafragma desenvolva seu trabalho na mecânica respiratória, inflamos mais os ápices pulmonares em detrimento das bases, o que proporciona uma troca gasosa deficiente.
Se conseguirmos associar pulmões saudáveis a uma mecânica respiratória eficaz teremos então um aproveitamento muito melhor do O2 disponível no ar ambiente e conseqüentemente menor risco de desenvolvermos doenças relacionadas ao sistema respiratório e à respiração tecidual. Não podemos esquecer que o oxigênio é um dos principais nutrientes das células do organismo e dele depende a saúde do corpo como um todo. Um sistema respiratório mal cuidado, ou seja, mecânica respiratória comprometida, doença respiratória não tratada dentre outros fatores, representa doença para todo o organismo, não apenas para os pulmões, uma vez que dele depende a troca gasosa, por outro lado, quando estamos expostos a um ar ambiente poluído por gases nocivos, como, por exemplo, monóxido de carbono (CO) proveniente de escapamento de automóveis e combustão do cigarro, também nos expomos a doenças para todo o organismo, uma vez que do ar ambiente extraímos gases para o interior dos alvéolos.
Muitos têm como prática diária alguma atividade física com o intuito de fortalecer o sistema cardiovascular e imunológico, desta forma preservando a saúde, na maioria das empresas é realizado ginástica laboral para que seus funcionários não sejam prejudicados pelos efeitos do sedentarismo, então uma boa dica para que se preserve e até melhore o desempenho do sistema respiratório é a prática de alguns exercícios respiratórios ao ar livre, associados ou não a outros exercícios físicos:
1. Respiração diafragmática: Esta é a forma correta de respirar e deve ser adotada por todos, consiste em permitir que “barriga estufe” levemente durante a inspiração, e o tórax deve expandir somente no final da inspiração; é como se enchêssemos de ar primeiro o abdome e depois o tórax. Na infância todos nós fazemos respiração diafragmática, mas na idade adulta muitos necessitam de treino para reaprendê-la, se este for o seu caso, vale à pena treinar!
2. Respiração associada a membros superiores: durante a inspiração eleve os braços estendidos à frente do corpo até que as mãos estejam acima da cabeça, conte até três para começar a soltar o ar e abaixe os braços expirando.
3. Respiração em três tempos: muito semelhante ao exercício anterior, eleve os braços em três fases e inspire no mesmo ritmo, após a última fase as mãos já devem estar acima da cabeça, só então expire lentamente enquanto abaixa os braços.
É importante que haja poucas repetições de cada exercício, caso contrário haverá muita eliminação de CO2, o que causa vasoconstrição cerebral e conseqüente dor de cabeça.
Escrito por Ana Paula Melo
Fonte:
http://www.vidanatural.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=150:ar-puro-e-respiracao&catid=55:8-remedios-&Itemid=214
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