Neste tempo gelado, em que a gripe toma conta do corpo e a tosse ataca a garganta, um chá quente, feito de plantas e na dose certa, pode ser um santo remédio. Em outras ocasiões, caso de uma dor de cabeça ou de barriga, outros ingredientes da flora medicinal ajudam a socorrer o corpo e acenar com alívio imediato. Para aprender os segredos das ervas e raízes e sua importância na saúde e no meio ambiente, mais de 200 pessoas participaram, na tarde de ontem, de palestras e oficinas no Parque das Águas Roberto Burle Marx, no Bairro Flávio Marques, na Região do Barreiro. Segundo a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria das Graças Lins Brandão, é importante conhecer as plantas medicinais, principalmente as nativas, e trabalhar muito para a sua preservação.
Um dos pontos altos do 6º Encontro dos Raizeiros foi o lançamento do livro Quadro geográfico da vegetação primitiva na província de Minas Gerais, escrito pelo naturalista, botânico e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), que, em pleno século 19, já chamava a atenção para a devastação das matas mineiras. “Ainda hoje, estrangeiros estudam mais as nossas plantas medicinais, levadas por meio da biopirataria, do que os próprios pesquisadores brasileiros. É preciso que toda a comunidade saiba mais sobre elas a fim de protegê-las”, disse Maria das Graças, que também atua no Museu de História Natural. O texto, com informações geofísicas, sobre a fauna, flora e paisagens naturais, foi organizado pela equipe do Banco de Dados e Amostras de Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (Dataplamt/UFMG).
Fazendo o acompanhamento dos grupos, divididos em oficinas de chás, pomadas, tinturas (remédios) e plantio, a gerente do parque, Isabel Goes Cupertino, raizeira de mão cheia, disse que o encontro representa um resgate de tradições mineiras. “Muitas vezes, é melhor ir à horta, ao quintal, do que à farmácia”, afirmou. Ela lembrou que chás quentes são bons expectorantes, enquanto os servidos frios acalmam. O titular da Coordenadoria das Promotorias de via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, destacou a importância das plantas para a cultura. “Trata-se de um patrimônio imaterial de grande riqueza”, disse.
Na oficina de plantio, a dona de casa Maria José Lopes, de 69 anos, escolheu a muda de losna: “Aprendi a fazer chás com os meus avós e sei que o de losna é ótimo para curar dor de barriga e problemas do fígado”. Ao lado, Cenira Martins, de 55, plantou hortelã-pimenta – “ótima para temperar carnes e curar resfriados”. Fonte: Estado de Minas |
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