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PLANTAS MEDICINAIS: GENGIBRE

Nome popular GENGIBRE
Nome científico Zingiber officinale Roscoe
Família Zingiberácea
Sinonímia popular Gengibre-de-jamaica, gengibre-africano
Parte usada Rizoma (raiz)
Propriedades terapêuticas Estimulante gastrintestinal, aperiente, carminativo, tônico, expectorante
Princípios ativos 40% de amido, lipídios, resinas, 1 a 3% de óleos voláteis, aminoácidos, proteína, vitaminas, minerais, terpeno, gorduras, princípios amargos, ácidos orgânicos, sais minerais, mucilagem
Indicações terapêuticas Combate gases intestinais, vômito, rouquidão, traumatismo, reumatismo, rinite, faringite, laringite, redução do colesterol, alergias respiratórias, diabete, asma, bronquite, amigdalite, tosse
Informações complementares Outros nomes populares
Gengibre-de-cochim, mangarataia e marangatiá.
Nomes em outros idiomas
  • China: Sheng jian/Gan jiang
  • Índia: Singabera ou ardhrakam (onde é bastante usado e estudado)
  • Alemão: Ingwer
  • Italiano: gengero, gengioro, zenzavero, zenvero, zinzero
  • Inglês: ginger, common ginger
  • Francês: gingembre, herbe au gingebre
  • Espanhol: agengibre
  • Dinamarquês: ingefaer
  • Japonês: Kankyo, Shokyo.
Principios ativos
Tem 40% de amido, vários lipídios, resinas, de 1 a 3% de óleos voláteis, aminoácidos, proteína (de 2,5g a 10g dez em cada 100g de rizoma), vitaminas, minerais, terpenos (mono e sesqui), gorduras (10%), princípios amargos (1 a 2,5%), ácidos orgânicos, sais minerais e mucilagem. Uso medicinal
É conhecido desde o século XIV, na China. Gregos e romanos já o usavam como especiaria.
Hoje é popularmente usado como estomáquico (digestivo), carminativo e para náuseas, vômitos (aniemético), artrite, sintomas do aparelho respiratório como rinite, faringite, laringite, tosses, irritações das cordas vocais e alergias respiratórias, na redução do colesterol, para aumentar a imunidade celular e até externamente para estimular a circulação, reduzir dores e rigidez musculares.
Também é usado como antisséptico e antiinflamatório.
Há um outro gengibre, Asarum canadense L, tido como gengibre selvagem (aristochiaceae), usado pelos indígenas do norte dos EUA e do Canadá.
É produto de exportação do Brasil, estados do Paraná (Morretes, principalmente) e Santa Catarina, para Estados Unidos, Canadá e Japão.
Na fitoterapia é padronizado internacionalmente como antiemético, carminativo e aromático, portanto tem comprovação científica para estes usos e há ainda trabalhos mostrando utilidade na diabete, na redução de plaquetas e de prostaglandinas, como cardiotônico, e em patologias respiratórias.
Tem poucos efeitos colaterais e a toxidade de seu óleo é bastante baixa. Como alimento tem 61 calorias em cada 100g.
É o melhor medicamento para náuseas e vômitos, principalmente pós-operatórios e os causados por viagens (as marítimas, por exemplo), o que foi provado por J. Pace em 1987 e comprovado por M. Bone et al em 1990, no Hospital São Bartolomeu de Londres, além de outros estudiosos.
O Dr. Daniel Mowrer (em Utah, EUA) revelou que esta droga é melhor que o “dramamine”, droga conceituada mundialmente como antiemética de primeira.
Em 2000, o British Journal of Anaesthesia, em seu volume 84 (3), das páginas 367 a 371, publicou trabalho comprovando nos EUA este efeito por E. Ernst et M. H. Pitler.
Há seis trabalhos internacionais publicados, de 1998 para cá, comprovando ações desta planta espetacular.
W. Rasmussen Fischer (em 1990) estudou seu efeito em grávidas e fez com que o European American Phytomedicines Coalition pleiteasse perante o FDA a sua inclusão como droga antinauseante.
Tem efeito antiplaquetário - vide abaixo - portanto pode facilitar sangramentos, o que faz com que cuidemos mais quando a indicamos para gestante, apesar do trabalho do pesquisador.
J. Sertie (1992) mostrou seu efeito antiácido e Yamahara, Kasahara, Sakai e Yoshikawa mostraram ser o gengibre um bom cicatrizante de úlceras pépticas.
Inibição da agregação das plaquetas e da formação de prostaglandinas foram comprovadas por Srivastava, Mustafá, Verma, Lumb, todos na década passada.
Foi comprovado por Srivastava (em 1992) como antinflamatório e antipirético em animais.
Está na farmacopéia da Áustria, EUA, Grã-Bretanha, China, Egito, Japão, Índia e Suíça, o que é sinal de comprovação científica de seus atributos.
Há mais de duzentos trabalhos científicos registrados sobre gengibre.
Na Índia (terra do pesquisador acima citado) – e no mundo todo - é tido como planta quente, pois acumula o fogo que consegue com a fotossíntese e segundo eles é o princípio do metabolismo e da transformação. Assim ela gera energia em nosso corpo. É o que parece adquirirmos quando tomamos um quentão numa noite fria.
Efeitos adversos
Deve-se ter cautela com receitas ou fórmulas que incentivam a auto-medicação. Como medicamento, deve ser tomado com orientação médica, embora seja uma planta segura, tem efeitos adversos. Calculosos biliares, as gestantes e as pessoas com sangramentos, ou mesmo com menstruação excessiva, devem eximir-se dele, pois há trabalhos científicos comprovando sua ação antiplaquetárias.
Dosagem indicada
Há cristais de gengibre com própolis, com canela, com hortelã etc, para tentar disfarçar seu picantismo. Ou em decocto, com álcool, como no quentão.
Náuseas de gestantes
Receito gengibre para náuseas de gestantes, com sucesso quase total, na dosagem de um gramo de rizoma em pó por decocção, três vezes ao dia. Pode-se conseguir tintura - dois ou três mililitros em copo com água, duas ou três vezes ao dia. Se aparece indigestão ou azia, o seu uso deve ser diminuído. Misturá-lo com alcaçuz ou camomila pode ajudar.
Como estomáquico
Meia a uma colher de chá mais uma colher de chá de mel ou uma colher de chá de pó em uma xícara de leite, duas a três vezes ao dia.
Cefaléia
500 ml de gengibre seco ao dia.
Nos EUA é costume, para usos gerais: trezentos a quinhentos miligramos de raiz fresca em decocção, três vezes ao dia (outros só um gramo/dia), ou decocto de raiz seca (quinhentos miligramos) de duas a quatro vezes ao dia. Há tabletes de quinhentos miligramos que se usa um tablete, duas ou três vezes /dia. Se líqüido (extrato), 0,7 a dois mililitros por dia de uma padronização 1:2, ou 1,7 a cinco mililitros ao dia de tintura (fraca) a 1:5 (no Brasil usa-se com 90% de etanol de 1,5 a três mililitros - tintura forte ou tintura fraca – 1:2, com os mesmos 90% de etanol mas em 0,25 a 0,5 mililitros).
Resfriados
Associar hortelã ou cravo da índia.
Laringite
É costume misturar gengibre ralado, mel e limão ao chá de camomila.
Estimular a circulação local, reduzir dores e rigidez muscular
Uso externo (banho de infusão, chá). Há um produto americano, em spray, para hidratar cabelos e pele, que é anunciado como tendo gengibre havaiano. Awapuhi é o nome do produto.
Para crianças, o dr. Room após estudos realizados em 2000, sugere chá de raiz de gengibre: 1/4 a uma xícara várias vezes ao dia ou cinco a vinte e cinco drops de tintura em água, sempre que preciso.
Como aperitivo e digestivo
0,30g de raiz em pó, adicionada a 0,30g de bicarbonato de sódio, toma-se meia hora antes do almoço, é excelente.
Reumatismo, artrite, entorses, dores musculares
Coloque em um pilão duas colheres de sopa de rizoma picado, amasse bem e adicione uma xícara de chá de álcool de cereais a 90%. Deixe macerar por cinco dias, coe e guarde em frasco escuro. Tome uma colher de café, diluído em um pouco de água, duas vezes ao dia.
Asma, bronquite, amigdalite, rouquidão, tosse
Coloque em uma xícara, uma colher de sopa de rizoma fatiado e adicione água fervente. Abafe por dez minutos, coe e acrescente duas xícaras de café de açúcar mascavo e o suco de um limão. Misture bem até dissolver o açúcar. Tome uma colher de sopa, três vezes ao dia. Crianças, uma colher de sobremesa, também três vezes ao dia.
Uma receita bem caseira: derreta um pouco de açúcar mascavo juntamente com gengibre e canela. Coloque duas xícaras (chá) de água e deixe ferver por cinco minutos em fogo médio. Então coloque três folhas picadas de guaco, tape o vasilhame e ferva mais três minutos. Acrescente um punhado de poejo e manjericão picados e desligue o fogo, tampando o vaso em seguida. Após descanso de cinco minutos, coe e beba uma colher de sobremesa três vezes ao dia.
Cólicas, gases
Colocar uma colher (sobremesa) de rizoma fatiado em uma chávena (xícara de chá) e adicionar água fervente. Abafar por cinco minutos e coar. Tomar uma xícara de chá nas principais refeições.
   Uso culinário
Cordeiro com gengibre, comida gostosa, embora um pouco picante, da cozinha libanesa.
  • três quilos de cordeiro sem ossos
  • duas colheres (chá) de sal
  • 50 g de pimenta síria (ou do reino)
  • 100g de gengibre fresco ralado
  • 300ml de azeite
  • 500g de damasco seco
  • 500g de arroz branco. E bom apetite.
Frango com gengibre (frango agridoce para duas pessoas), comum na Índia, onde o gengibre participa da fórmula do Curry "corria".
  • duas coxas (não existe sobrecoxa. O que se chama comumente de coxa é perna e a sobrecoxa do povo é a coxa ) despeladas
  • 1 colher (chá) de gengibre seco ralado
  • 1 dente de alho amassado
  • 2 colheres (sopa) de mel com um pouco de casca de laranja
  • 2 colheres de sopa de vinagre, salgados a gosto
Colaboração
Dr. Leme Franco (Curitiba, PR), agosto 2003.
Continuação - O texto a seguir foi enviado por:
Sérgio Antonio Barraca (ESALQ/USP), julho de 1999
Uso medicinal
Estimulante gastrintestinal, aperiente, combate os gases intestinais (carminativo), vômitos, rouquidão. Tônico e expectorante. Externamente é revulsivo, utilizado em traumatismos e reumatismos.
Preparo e dosagem
Vômitos
Pulverizar o rizoma e ingerir.
Decocção: preparar com 1 colher (chá) de raiz triturada em 1 xíc. de chá de água, tomar 4 xíc. de chá ao dia.
Reumatismos, traumatismos na coluna vertebral e articulações
Cataplasma: preparar com gengibre bem moído ou ralado e amassado num pano, e deixar no local.
Rouquidão
Rizoma fresco: mascar um pedaço.
Reumatismos
Tintura: 100 g do rizoma moído em 0,5 l de álcool, fazer fricções. Toxicologia
O uso externo deve ser acompanhado para evitar possíveis queimaduras.

Fonte: http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/index.asp

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