Família | Borragináceas |
Sinonímia popular | Foliagem, borracha-chimarrona |
Parte usada | Folhas, sumidades floridas |
Propriedades terapêuticas | Depurativa, anti-reumática, antitussígeno, laxativa, anti-inflamatória, emoliente, expectorante, diurética, lenitiva, sudorífera |
Princípios ativos | Mucilagem, tanino, nitrato de potássio, sais (potássio, cálcio), alantoína, óleo essencial, saponina, óleo fixo, ácido salicílico, Vitamina C |
Indicações terapêuticas | Gota, afecções respiratórias (bronquites, tosses), escassez de urina, reumatismo, transtornos menstruais, furúnculo |
Informações complementares Nome em outros idiomas
Mediterrâneo Uso medicinal Seu uso medicinal data da Idade Média, quando se acreditava que exercia um efeito mágico sobre o corpo e a mente. Utilizado hoje apenas pela medicina popular, pois a medicina científica aconselha apenas seu uso externo devido a recente descoberta da presença de alcalóides tóxicos nas suas folhas. Na medicina tradicional de hoje é considerada emoliente, depurativa, sudorífica, diurética e laxativa. É também considerada antiinflamatória. Suas flores são empregadas na forma de infusões como expectorante e contra certas afecções do fígado e coração. Indicada contra tosse, reumatismo. Hoje se sabe que a borragem estimula as supra-renais, favorecendo a produção de adrenalina, o hormônio que prepara o corpo para situações de tensão. As folhas carnosas e ásperas podem empregar-se como tônico da supra-renal, no caso de stress, ou seqüelas de terapia com esteróides. O óleo extraído das sementes pode ser empregado como alternativa ao óleo de prímula, para transtornos menstruais e reumáticos. Para aumentar a sudorese, empregam-se as flores, e as folhas para uma ação diurética. Uma atividade refrescante lhe é atribuída. Uma folha fresca abaixará a temperatura da boca, desta forma é útil em febres. Cultivada em hortas, esta erva é muito apreciada pois suas folhas são empregadas por séculos em saladas. Pelo fato de possuir potássio, é indicado para pessoas que precisam de uma dieta sem sal. Pode ser usado externamente como compressa em pele irritada ou inflamada. Dosagem indicada Depurativo Infusão: em 1 litro de água fervente colocar em infusão 20g de cada uma das seguintes ervas: borragem, agrião, dente-de-leão, fumaria, chicória-silvestre, cerefólio. Coar, adoçar e beber o líquido na dose de 3 a 4 cálices ao dia, a começar pela manhã em jejum. Vinho depurativo Colocar um punhado de sumidades floridas frescas de borragem em 1 litro de vinho de boa qualidade, deixar macerar por cerca de uma semana, coar e consumir em calicezinhos antes das refeições. Gota, furúnculo Cataplasma: cozinhar um punhado de folhas secas de borragem em pouquíssima água. Quando esta tiver evaporado, estender as folhas sobre uma gaze, espremê-la para fazer sair todo o líquido, e aplicar o cataplasma bem quente sobre a parte dolorida. Reumatismo Decocção: em 1 litro de água, ferver por meia hora 10 g de folhas secas de borragem, filtrar, adoçar com mel e beber 3 a 4 xícaras ao dia. Tosse Decocção: 40g de folhas em 1 litro de água, ferver por um quarto de hora, coar, adoçar e beber em 2 ou 3 vezes durante o dia. Infusão: 15g de folhas e flores de borragem em 1 litro de água. Deixar macerar por três quartos de hora. Filtrar, adoçar com mel e beber o líquido em xícaras, na dose de 1 xícara a cada 2 ou 3 horas. Esta infusão é emoliente e refrescante e é benéfica nas tosses secas e persistentes. Toxicologia Novas descobertas sobre sua composição química, como alcalóides isopirrolizidínicos, supinina, licopsamina, intermedina, ambilina e thesuinina tornam, segundo alguns estudiosos, esta planta imprópria para consumo. Segundo determinação do Ministério da Saúde, divulgada após a descoberta destes alcalóides no confrei, todas as plantas que contenham estes alcalóides só devem ser usados em aplicações locais, isto é , externamente. Estes tem ação tóxica e sua ingestão pode levar ao aparecimento tardio de cirrose hepática ou câncer do fígado. Este alcalóide está em maior quantidade nas folhas frescas do que nas folhas secas. Deve-se tomar um cuidado ao fazer preparações com a borragem. Deve-se filtrar muito bem para que se eliminem os pelos, visto que engolidos, podem causar irritações no estômago. Uso culinário Muito utilizado em saladas, suas folhas são saborosas. A borragem confere às saladas um sabor fresco, ligeiramente salgado e parecido com o do pepino, além de melhorar seu aspecto. Tempera-se com endro e cebola. Suas flores de muito graciosas que são pode-se fazer um confeito muito bonito. Mergulha-se a flor na clara de ovo e depois no açúcar de confeiteiro e deixa-se secar. Desde a Antiguidade suas flores são adicionadas ao vinho e podem também entrar na composição de bebidas alcoólicas, dando-lhe um efeito estimulante. Charles Dickens, autor inglês do século XIX, era apaixonado por este ponche, e oferecia a seus amigos americanos a sua receita particular, quando estes o visitava. Ponche Charles Dickens
As flores fornecem um corante azul muito bonito. Uma bebida refrescante pode ser feita com borragem no verão. Ela freqüentemente cresce em regiões próximas a apiários, pois tem uma quantidade de néctar que as abelhas apreciam muito. Excelente planta melífera. As flores azuis podem ser desidratadas com sílica, para depois serem coladas em grinaldas de flores naturais desidratadas. Seu nome vem da antiga língua dos celtas, Borrach que significa coragem. Há literatura que considera este nome proveniente do latim Borra. Os relatos antigos dizem que esta planta tem a capacidade de espantar a melancolia e trazer coragem, além de fazer as pessoas felizes e trazer um coração confiante. Os romanos também apreciavam muito a borragem. Plinius, um naturalista romano (23 a 79 DC) disse: "Eu, borragem, trago sempre a felicidade". Tabernaemontanus escreveu em seu livro de plantas medicinais na Idade Média: -"Hoje em dia, tomando-se cinco folhas de borragem, afasta-se toda a sujeira do sangue". Bibliografia
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