PLANTAS MEDICINAIS
- Em que época deve-se colher as plantas?
- De que maneira colher?
- Como faz-se a secagem?
Além das respostas para estas dúvidas, apresentamos algumas ervas com suas respectivas funções.FARMÁCIA NATURAL
A utilização das plantas medicinais é uma das mais antigas armas empregadas para o tratamento das enfermidades humanas e muito já se conhece a respeito de seu uso por parte da sabedoria popular. Com os avanços científicos, esta prática milenar perdeu espaço para os medicamentos sintéticos, entretanto, o alto custo destes fármacos e os efeitos colaterais apresentados contribuíram para o ressurgimento da fitoterapia (terapia através das plantas).
No Brasil, a utilização de plantas como meio curativo é uma atividade altamente difundida e popular, às vezes, empregada de maneira equivocada e até mesmo malévola, afinal muitas plantas possuem princípios tóxicos e o seu uso indiscriminado pode causar sérios problemas.
Com a evolução da Ciência e da Pesquisa e decorrente descoberta de fórmulas químicas, a humanidade atraída pelos resultados e impelida pela publicidade e estratégias de interesses econômicos, tem deixado a segundo plano a tradição milenar do uso das plantas medicinais. Devemos acolher com entusiasmo as descobertas dos cientistas que criam, refletindo o gesto divino da Criação, mas sem esquecer o que Deus já criou, o grande laboratório colocado a disposição do homem: a natureza, para que busquemos nela as fontes saudáveis de visa. “e Deus criou a natureza e viu que tudo isto era bom”. (Gen.I, 11-12).
Você agricultor, muitas vezes longe da assistência médica, mas tão próximo desta farmácia natural, muito da qual você já conhece, se informe, se integre e habitue-se a usar para si e para a família estas humildes plantinhas consideradas muitas vezes como "inço".
Vamos nos integrar num mutirão e usufruir gratuitamente desta grande e diversificada farmácia onde, com certeza, existe um remédio para prevenir ou curar qualquer tipo de doença. Deus plantou e deu inteligência ao homem. Vamos pesquisar e colher os frutos.
ÉPOCA DE COLHEITA
- Raízes: quando as partes que estão sobre o solo estiverem secas.Geralmente isto ocorre no outono;
- Hastes, caules e ramos: quando estiverem bem desenvolvidos, mas antes da formação dos botões;
- Flores: pouco antes de formarem sementes;
- Cascas: quando a planta estiver adulta. Depois que florir e der frutos;
- Frutos carnosos:pouco antes do fruto estar completamente maduro;
- Sementes: quando elas estiverem bem maduras e começarem a secar;
- Plantas inteiras: quando já iniciou a formação e a abertura dos botões, antes das flores abrirem;
TÉCNICA DE COLHEITA
- o horário apropriado é pela manhã, após a evaporação total do orvalho;
- em dias muito quentes deve-se fazer a colheita no fim da tarde;
- a planta não deve estar molhada, pois o excesso de umidade retarda a secagem a favorece a decomposição de substâncias importantes da planta;
- as plantas devem ser colhidas e transportadas em balaios ou caixas arejadas para que haja ventilação. Nunca em sacos plásticos pois estes impedem a ventilação e favorece o aparecimento de fungos;
- evitar a mistura de ervas durante a colheita e na hora da secagem, para que as plantas mantenham suas características puras;
- não colher plantas que estejam com manchas;
- evitar que as plantas estejam com terra, com exceção das raízes;
- evitar colher plantas que estejam próximas a poluição, estradas e agrotóxicos.
SECAGEM
- separar plantas imperfeitas;
- espalhar sobre uma superfície, em camadas de na máximo 5 centímetros;
- deve-se dar uma mexida a cada 2 ou 3 dias;
- deve-se colocar em um local arejado, sem sol e sem umidade;
- secar uma espécie de cada vez, ou uma longe da outra;
- estará seca quando você amassar um punhado e esfarelar.
Para que fazer a secagem?
Para eliminar a água que a planta possui, evitando a deterioração e permitindo que a planta dure por mais tempo.
PARA PREPARAR O CHÁ
Evite na preparação do chá utensílios de alumínio ou cobre, use de aço inoxidável, esmaltados, cerâmica ou vidro refratário. As raízes, talos, cascas e sementes levam mais tempo para cozinhar. As flores e folhas, partes mais tenras, levam menos tempo e são preparadas em separado devido também as propriedades que podem ser diferentes.PROCESSO PARA UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS
- INFUSÃO: derramar água fervente sobre a erva picada numa vasilha, tapar e deixar esfriar por 10 minutos. Usa-se para partes mais delicadas da planta: folhas e flores.
- DECOCÇÃO: por as ervas numa vasilha com água e levar ao fogo. Ferver durante 10 a 20 minutos. Usa-se para raízes, rizomas, madeira, caule, cascas ou sementes. São partes mais duras que devem ser picadas e aconselha-se deixar durante a noite na água antes da decocção.
- MACERAÇÃO: colocar as ervas de molho durante 8 a 24 horas em líquidos na temperatura ambiente: água (tisana ou garrafada), vinho, cachaça ou graspa ou mistura de água e álcool de cereais. As partes mais duras ficam mais tempo no líquido. Neste processo os minerais e vitaminas são mais aproveitados. Não são expelidos pelo vapor como nos processos anteriores.
- TINTURA: usa-se de 25 a 80% de ervas e completa-se com álcool de cereais com maior ou menor graduação, usa-se mais ou menos álcool conforme a planta. Algumas liberam com mais facilidade que outras suas propriedades.
- BANHO: faz-se uma infusão ou decocção (veja a seguir) mais concentrada que deve ser coada e misturada na água do banho. Outra maneira indicada é colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar boiando na água do banho. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e são normalmente indicados 1 vez por dia.
- CATAPLASMA: São obtidas por diversas formas:
- amassar as ervas frescas e bem limpas, aplicar diretamente sobre a parte afetada ou envolvidas em um pano fino ou gaze;
- as ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou outras preparações e aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afetadas;
- pode-se ainda utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho e água, geralmente quente, com a planta fresca ou seca triturada.
- COMPRESSA: É uma preparação de uso local (tópico) que atua pela penetração dos princípios ativos através da pele. Utilizam-se panos, chumaços de algodão ou gaze embebidos em um infuso concentrado, decocto, sumo ou tintura da planta dissolvida em água. A compressa pode ser quente ou fria. Outra forma é molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a outra ponta da toalha seca, para conservar o calor.
- INALAÇÃO: Esta preparação utiliza a combinação do vapor de água quente com aroma das substâncias voláteis das plantas aromáticas, é normalmente recomendada para problemas do aparelho respiratório. Colocar a erva a ser usada numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher de sopa da erva fresca ou seca em 1/2 litro d'água, aspirar lentamente (contar até 3 durante a inspiração e até 3 quando expelir o ar), prosseguir assim ritmicamente por 15 minutos. O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. Usa-se um funil de cartolina (ou outro papel duro); ou ainda uma toalha sobre os ombros, a cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do vapor. No caso de crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de queimaduras, pela água quente e pelo vapor, por isso é recomendado o uso de equipamentos elétricos especiais para este fim.
- GARGAREJO: Usado para combater afecções da garganta, amigdalites e mau hálito. Faz-se uma infusão concentrada e gargareja quantas vezes for necessário. Ex.: Sálvia (mau hálito), tanchagem, malva e romã (amigdalites e afecções na boca).
- SUCO OU SUMO: Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar uma planta medicinal fresca num pilão ou em liqüidificadores e centrífugas. O pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso, recolher então o líquido liberado. Como as anteriores, esta preparação também deve ser feita no momento do uso.
- XAROPE: Os xaropes são utilizados normalmente nos casos de tosses, dores de garganta e bronquite. Na sua preparação, faz-se inicialmente uma calda com açúcar cristal rapadura, na proporção de 1 1/2 a 2 partes para cada 1 parte de água, em volume, por exemplo, 1 1/2 a 2 xícaras de açúcar ou rapadura ralada. A mistura é levada ao fogo e, em poucos minutos há completa dissolução e a calda estará pronta, com maior ou menor consistência, conforme desejado, então são adicionadas as plantas preferencialmente frescas e picadas, coloca-se em fogo baixo e mexe-se por 3 a 5 minutos, findos os quais o xarope é coado e guardado em frasco de vidro. Se for desejada a adição de mel ou em substituição ao açúcar, não se deve aquecer, neste caso adiciona-se apenas o suco da planta ou a decocção ou infusão frios. A quantidade de plantas a ser adicionada em cada xarope é variável segundo a espécie vegetal. O xarope pode ser guardado por até 15 dias na geladeira, mas se forem observados sinais de fermentação, ele deve ser descartado. Obviamente, os xaropes, devido à grande quantidade de açúcar, não devem ser usados por diabéticos.
DOSAGEM:
- Menor de 1 ano de idade: 1 colher de café do preparado 3 vezes ao dia
- De 1 a 2 anos: 1/2 xícara de chá 2 vezes ao dia
- De 2 a 5 anos: 1/2 xícara de chá 3 vezes ao dia
- De 5 a 10 anos: 1/2 xícara de chá 4 vezes ao dia
- De 10 a 15 anos: 1 xícara de chá 3 vezes ao dia
- Adultos: 1 xícara de chá 3 a 4 vezes ao dia
Outra recomendação se refere à redução proporcional das doses para crianças de acordo com a idade, assim se recomenda uma sexta, uma terça ou meia parte da dose preconizada para adultos.
HORÁRIO DE TOMAR OS CHÁS OU PREPARADOS:
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- os chás ou preparados digestivos, calmantes e para a vesícula tomam-se após as refeições;
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